Profª. Drª. Heloísa Reis Curvelo (DELER/UFMA)
Todos os povos no mundo inteiro têm seus mitos, suas lendas, suas crenças tradicionais que sobrevivem no imaginário coletivo e vão passando de geração a geração, de etnia a etnia, de continente a continente, quase sem muitas mudanças tão bruscas no conteúdo que veiculam, na inserção de personagens ou mesmo do ensinamento que preconizam, assim, no âmbito das letras, largo foi o tempo em que a literatura oral esteve relegada a coadjuvante em detrimento da literatura escrita, dessa forma, o conhecimento veiculado por esse tipo de narrativa foi sendo nomeado de formas variadas na/fora da teoria literária: grupos de relatos ou ciclos de sagas, narrativa oral (Califa, 2016), relatos e mitos (Aranda Pedrosa, 2002), relatos da cultura popular (Montesino, 2019), lendas do folclore e histórias criadas pela imaginação (Cascudo, 1981), feito/acontecimento/evento folclórico, sabedoria popular (Alvarez, 2002), contos da minha infância, Melara Méndez (2006) e assim por diante! Qualquer que seja a denominação que recebam as narrativas mitológicas/lendárias, elas sempre chamam a atenção porque remexem nossa imaginação com as aventuras, com o jogo dicotômico entre o bem e o mal, o nascer e o morrer, entre o ir e o vir, com a moral implícita, com o valor didático/moralizante, com os eventos sobrenaturais e inexplicáveis que nos encantam, desse modo as narrativas mitológicas/lendárias são combustíveis para a imaginação dos leitores, ouvintes, expectadores não só nas artes literárias, mas no teatro, na pintura, cinema, televisão, onde quer que estejamos, qualquer que seja nossa idade temos interesse pelas narrativas mitológicas/lendárias. Diante do que afirmei até aqui, evidencio que o minicurso Mitos e lendas etiológicas tem como objetivo primário tratar sobre os mitos e lendas etiológicas, isto é, sobre as narrativas que explicam a origem dos seres, coisas, técnicas, instituições, costumes, dessa forma, podemos fazer estudos coletivos tanto de lendas da literatura oral brasileira, quanto das literaturas dos países de língua espanhola da América, como Paraguai, Argentina, El Salvador, a partir de roda de conversa, interação entre os participantes, exposição de informações por meio de slides, assim como leitura de algumas narrativas para que sejam evidenciados elementos etiológicos de suas estruturas, como: a origem de algo, eventos inexplicáveis, natureza dicotômica, moral implícita, entre outros. Para o desenvolvimento do curso, lançamos mão de autores que tratam sobre as lendas, sobre lenda e mito, seus aspectos teóricos, características e sobre o texto em si, quais sejam: Califa (2016), Aranda Pedrosa (2002), Montesino (2019), Cascudo (1981), Alvarez (2002), Gómez Platero et. al (2011), Krickeberg (1992), entre otros.
Glória Franca/UFMA
Nádia Neckel/UNISUL
Neste minicurso propomos desenvolver estratégias de descrição e de análise a partir do dispositivo teórico-analítico da análise de discurso materialista. O minicurso acolherá estudantes e pesquisadores da análise de discurso, dos estudos linguísticos e literários, das artes e dos estudos culturais, ou áreas afins que tenham interesse na temática abordada. Como proposição temática, o minicurso volta-se aos "Corpos encantados" das artes e dos rituais no campo do que nomeamos de "cultura popular" pensadas como "culturas de síncope", para retomar a formulação de Rufino (2019, p. 35) e Simas e Rufino (2018, p. 22). Como os corpos podem ser compreendidos nas artes e nos rituais a partir de uma abordagem materialista discursiva a partir da noção de subjetivação? A arte contemporânea e a cultura popular, enquanto práticas situadas em contextos sociais e históricos específicos, constituem um campo fértil para interrogar as dinâmicas de poder que configuram gênero, raça e sexualidade como categorias fluidas e\ou contingentes. Nesse sentido, o "corpo encantado" não é apenas uma metáfora da multiplicidade, mas uma materialidade que desafia as hierarquias normativas e performa deslocamentos e estratégias de resistência que desestabilizam estruturas rígidas de dominação. É nesse sentido que durante o minicurso pensaremos os processos metafóricos e metonímicos a partir da abordagem discursiva, considerando os "Corpos Encantados" nas artes e nos rituais em suas projeções sensíveis (Neckel, 2010) enquanto materialidades significantes em imbricação (Lagazzi, 2009). Dito de outro modo, a imbricação material no jogo entre a arte e o ritual, ressalta a potência da demanda entre os significantes como possibilidade de derivas, de deslocamentos, do vir a ser. Corpo e(m) discurso, ou seja, "um corpo enquanto sendo da ordem do discurso da temporalidade da enunciação\do acontecimento." (França, 2023, p. 285). Propomos analisar esses corpos poético-políticos como lugares de produção de sentidos e processos de constituição de sujeitos, considerando as condições materiais, a memória discursiva e as relações de poder do e no laço social.
Hanna Gabrielle do Vale Almeida (UFMA/FAPEMA)
Carliane Miranda Carneiro Aguiar (UFMA/UEMA)
Monica Fontenelle Carneiro (UFMA)
O minicurso tem como temática as bases da Linguística Cognitiva, cujos interesses são pautados na concepção da linguagem como parte da capacidade cognitiva humana, ou seja, da construção dos sentidos advindos dos processamentos conceptuais. Nesse sentido, várias teorias somam-se pelo mesmo viés, compondo a ampla relação de abordagens que auxiliam na compreensão dos conteúdos da cognição pela observação da linguagem.. Partindo do pressuposto de que a LC não constitui uma abordagem teórica homogênea, privilegiamos a ordenação didática e a possibilidade de articulação do referencial teórico para discorrermos, de maneira introdutória sobre: (i) o nascimento da linguística cognitiva; (ii) alguns de seus objetos de estudo e (iii) perspectivas para os estudos na LC.
O objetivo deste minicurso é explanar conceitos referentes à Linguística Cognitiva e estimular os alunos sobre pesquisas e possibilidades de pesquisas nessa área. O aporte teórico é composto pelos estudos de Lakoff e Johnson (1980[2002]); Ferrari (2011[2018]); além de Kövecses (2000); Feltes (2018); dentre outros, que discutem diferentes aspectos da temática proposta, destacando o compromisso Interdisciplinar da LC.
Conteúdos:
Contextualização do nascimento da Linguística Cognitiva;
Introdução à Teoria da Metáfora Conceptual (TMC);
Perspectivas de estudos na Linguística Cognitiva.
Considerando que o panorama teórico presente poderá atrair e estimular o interesse de novos pesquisadores na área, o minicurso enfatiza a segunda etapa da abordagem cognitivista que integra processos cognitivos, sociointeracionais e culturais, simultaneamente, explicando que o fenômeno linguístico pode ser estudado através de sua estrutura conceptual.
Profa. Dra. Ana Claudia Menezes Araujo (UEMA)
As línguas indígenas, assim como a diversidade de línguas do mundo, diferem entre si por suas características fonológicas, morfológicas, sintáticas, semânticas e lexicais. Contudo, é por apresentarem semelhanças na origem e nos aspectos linguísticos que a literatura das línguas indígenas organiza o agrupamento destas em famílias e troncos linguísticos. Conforme Duarte (2007), no cerne das línguas indígenas brasileiras, são reconhecidos dois grandes troncos linguísticos – o Tupí e o Macro-Jê -, 19 famílias que não apresentam taxas de semelhanças suficientes para serem agrupadas em troncos, além de famílias de apenas uma língua, as quais são denominadas línguas isoladas. Tendo em conta que são muitas línguas indígenas no Brasil, proceder ao processo de descrição e análise dessas línguas serve ao propósito de documentar a gramática de línguas minoritárias que passam por ameaça de extinção e, por conseguinte, auxilia no processo de revitalização e preservação dessas línguas indígenas brasileiras. Diante do exposto, este minicurso tem como objetivo principal discutir metodologias de descrição e análise de línguas indígenas com vistas à documentação dessas línguas que fazem parte do panorama linguístico nacional. Para viabilizar a compreensão de alguns procedimentos utilizados nesse processo, tomaremos como base para exemplificação a língua Tenetehára-Guajajára, da família linguística Tupi-guarani, afiliada ao tronco Tupi. A descrição e a análise de línguas indígenas são processos que visam compreender o funcionamento dessas línguas e registrar as suas particularidades fonético-fonológicas, morfológicas, sintáticas, semânticas e lexicais. Essa abordagem envolve metodologias com técnicas e procedimentos de coleta e análise de dados específicos de cada linha de investigação da linguística. O público-alvo deste minicurso são estudantes de graduação e pós-graduação, profissionais da educação e demais pesquisadores interessados em explorar sobre estudos linguísticos de línguas indígenas. Com a realização deste minicurso, além promover reflexões sobre a importância da diversidade linguística no Brasil, busca-se incentivar a divulgação e o desenvolvimento de estudos relacionados às línguas indígenas brasileiras sob diferentes perspectivas.
Prof. Me. Gil Derlan Almeida (IFMA/UFMA)
Sabendo da importância do domínio da língua inglesa para o contexto acadêmico de pesquisa científica, este minicurso busca abordar de forma clara e concisa a instrumentalização da língua inglesa para fins acadêmicos. Baseado na premissa do ensino de inglês ESP (English for Specific Purposes), serão tratados temas que fornecem o subsídio para que o público construa a noção basilar de leitura e produção textual no idioma alvo. Através da análise gêneros textuais acadêmicos, bem como da parte prática, voltada para a produção destes, o minicurso explora as estratégias de leitura como meio da formação de um leitor e produtor de textos acadêmicos, a exemplo artigos, abstracts, projetos de pesquisa etc. Desta forma, o minicurso é voltado para alunos de graduação e pós-graduação, que desejem construir uma base no tocante ao uso instrumental da língua inglesa. Voltado ainda que, majoritariamente, para estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação em Letras, o curso recebe estudantes de outras áreas, mas ressalta que o tratamento dos textos acontece com temática voltada para o universo da língua e literatura.