O CONIL se coloca como um lugar de produção e divulgação de conhecimentos que partem da universidade para a comunidade e vice-versa, visando pensar a maneira pela qual tecnologias como as que se coadunam com a escrita circulam e textualizam os problemas sociais. Entre as discussões a serem levantadas no congresso, podem-se citar questões relativas ao modo como os discursos funcionam ao serem colocados em circulação em múltiplos lugares de enunciação, tais como o digital, a rua e a mídia. Neles, o dizer sobre conflitos bélicos, violência, xenofobia, misoginia etc. se pulverizam em uma velocidade só experimentada na contemporaneidade. É preciso compreender, pela linguagem, o modo como acontecimentos histórico-sociais se textualizam em acontecimentos de linguagem e de discurso. Ao tempo que tencionamos tais questões buscamos pensar nas causas e na possibilidade de intervir colocando os sujeitos de linguagem como produtores de conhecimento.
Entendemos que vivemos em uma sociedade cujo tempo e as ideias são fluidas, cheias de desafios que aparecem e desaparecem em uma velocidade nunca antes vista. Assim, é necessário pensar, pelas ciências da linguagem, nesses novos desafios que a modernidade nos apresenta. Tais desafios, tais problemáticas e necessidades apresentam-se como sendo temáticas importantes a serem debatidas, sobretudo em tempos em que a dualidade, as dicotomias e os antagonismos ganham destaque nas manifestações artísticas, literárias e linguísticas.
Na esteira dessa fluidez, cumpre acrescentar o próprio status das ciências, dentre eles, as ciências da linguagem enquanto uma das chaves da sociedade para a dissolução de problemas. De que forma a sociedade pode contar com os conhecimentos desenvolvidos e debatidos nas ciências da linguagem; de que forma a aplicação de conhecimentos científicos no âmbito das ciências da linguagem pode contribuir para o desenvolvimento científico, humano, social e tecnológico da sociedade contemporânea? Qual o papel das ciências da linguagem em meio às tensões, dicotomias e lados, nas epistemes presentes nos discursos que circulam na sociedade? Como as ciências da Linguagem podem ajudar a tensionar ideias deletérias que criam ambientes de desigualdade, de violência e de desumanidade na sociedade contemporânea?
Para além de um olhar puramente epistemológico, o VII CONIL busca apresentar-se como um espaço em que as ciências da linguagem e demais tipos de ciências apresentam-se como caminhos para um diálogo, para uma discussão e para uma reflexão acerca dos problemas do contemporâneo, problemas que atingem a todos e que engatilham situações diversas e adversas. Nesse sentido, o CONIL busca ser um espaço de diálogos diversos em que são apresentadas opiniões, pesquisas, reflexões, experiências etc, isto é, como um lugar de enunciação no qual os participantes possam pensar as próprias pesquisas, os trabalhos produzidos e postos em debate de um modo geral, a partir do ponto em que suas perguntas, questões e tensões se coadunam com o elemento central do ser e do fazer humano, daquilo que o difere na horda das espécies, a linguagem. Este elemento, esta faculdade que será aqui pensada no escopo do fazer científico.