ÁREA DE LINGUÍSTICA
José Magno de Sousa Vieira (UFMA)
Neures Batista de Paula Soares (PPGL/UNEMAT)
Edineth Sousa França (SEDUC-MT/UNEMAT)
RESUMO: Compreendemos, pela Análise de Discurso, que a interpretação é materialmente ligada à ideologia, portanto, não é livre de determinação, de modo que não é apenas apreensão do sentido, “[...] a interpretação é necessariamente regulada em suas possiblidades, em suas condições [...], não é qualquer uma e é desigualmente distribuída na formação social” como afirma Orlandi (2015). Assim o presente simpósio propõe acolher pesquisas que, na articulação entre língua, discurso, literatura e educação, recortem a língua em seus múltiplos funcionamentos inscritos em condições de produção de políticas públicas e ou instrumentos normativos, práticas docentes, formação de professores, livros didáticos, discurso fílmico, midiático e outras textualidades cujo objeto central repouse sobre a língua em suas variadas dimensões. A proposta desse espaço de reflexão é verticalizar discussões sobre a língua no entrecruzamento das fronteiras epistemológicas da ciência da linguagem, ou seja, perceber nos furos e na plasticidade da língua, pela interpretação, os efeitos de sentido dados a ler nos equívocos, contradições e rupturas inscritos nos materiais recortados, seja pelo discursivo, fonológico, morfológico, semântico, sintático, literário etc.
Katia Cilene Ferreira França (UFMA)
Heloísa Reis Curvelo (UFMA)
Maria Francisca da Silva (UFMA)
Maria Aparecida da Silva Miranda (SEEC-RN)
RESUMO: O presente simpósio tem objetivo suscitar discussões e reflexões, tomando como referência a Análise do Discurso, a literatura e o ensino. Serão aceitos trabalhos, de ordem teórica e prática e vivências, relatos, ralacionados: (i) à Análise do discurso; (ii) às metodologias ativas de ensino; (iii) à literatura local/nacional/estrangeira; (iv) a gamificação, entre outros olhares que se intercruzem, se inter(relacionam) nos estudos da linguagem. A partir dessas podemos conhecer como tem sido as pesquisas e as práticas discentes e docentes, principalmnete no novo senário educacional em que estamos inseridos.
Glória França (UFMA)
Mariana Jafet Cestari (CEFET/MG)
RESUMO: A formação social da América Latina e Caribe se sustenta pelo modo de produção capitalista, marcado pela colonização e pelos efeitos da colonialidade que se perpetuam, pelos cruzamentos de processos de racialização e de dominação de gênero/sexualidade a partir dos quais se (re)produzem o racismo, o sexismo, o patriarcalismo que estruturam as produções hegemônicas de sujeitos e de sentidos na contemporaneidade. Essas relações, interseccionais, ou ainda, esses processos de identificação interseccionais (Franca, 2017), podem por vezes se materializar enquanto discursos classistas, racistas, sexistas, produzindo efeitos. Ao mesmo tempo, na América latina e no Caribe existem inúmeros espaços de resistência habitados por diferentes populações, que nos últimos 500 anos foram subalternizadas, escravizadas, submetidas, mas que resistiram ao jugo colonialista. Nessas condições de produção, nos parece produtivo pontuar nos estudos e análises uma perspectiva interseccional e decolonial dentro do campo dos estudos do discurso. Trata-se de nos filiarmos , além da Análise do Discurso, aos estudos de Lélia Gonzalez (2020), Sueli Carneiro (2011, 2023), Enrique Dussel (2013), Luiz Antonio Simas (2019, 2020), Aníbal Quijano (2005, 2009), dentre tantos outros que pensam, em seu campo de estudo, os efeitos de discursos e os processos de produção dos sentidos e dos sujeitos a partir dessas condições de produção de Brasis, de brasilidades, de latino (ladino) amefricanidades, levando em conta suas contradições de classe, de raça, de gênero, e os efeitos da colonialidade. Partimos do pressuposto de que nos espaços de resistência se produzem processos de identificação interseccionais, na cidade e no campo, em comunidades indígenas e quilombolas, na cultura e expressões populares. As problemáticas interseccionais se materializam, desde o lugar de enunciação dos invisibilizados, dos subalternizados, do lugar dos nadies. Assim, interessa-nos explorar e acolher, neste grupo de trabalho, estudos que, na perspectiva discursiva, pensem e analisem as relações de dominação e/ou de resistência que atravessam diferentes espaços e materialidades discursivas em torno de um ou mais dos seguintes eixos, que listamos de modo não exaustivo: discursos que se produzem na relação de classe e de racialidade/etnicidade; processos de identificação em torno de identidades racializadas, gendradas, interseccionais; processos de resistência por meio de lugares coletivos, como os saberes locais, a cultura popular, os movimentos sociais da cidade e do campo; os movimentos e expressões dos silêncios e dos silenciamentos; o funcionamento da memória na relação com discursos oficiais na tensão com memórias e discursos outros, que demarcam outros espaços e outras formas de textualização; Análises que abordem as redes de filiação sócio-históricas, os antagonismos, as contradições que operam desde lugares de enunciação e dispositivos discursivos que produzem as subjetividades em diferentes materialidades e espaços de circulação do dizer. Em suma, acolheremos trabalhos que problematizam as produções de sentidos e de sujeitos na contemporaneidade questionando as condições de produção sócio históricas da formação social da América Latina e Caribe estruturalmente atravessada pela colonização e pelos efeitos de colonialidade, em discursos racistas, sexistas e classistas.
Thiago de Sousa Amorim (UFMA)
Francisco Herbert da Silva (UFPI)
RESUMO: A proposta deste simpósio se constitui a partir de um escopo amplo filiado à área da Linguística, a fim de abarcar pesquisas em que se discuta, a propósito, o objeto “ensino de línguas (materna e estrangeira)”, a partir de diferentes olhares teóricos que estejam ancoradas nos estudos da linguagem, a exemplo da Fonologia, Morfologia, Sintaxe, Sociolinguística, Análise da Conversação, Semântica, Pragmática, Linguística Aplicada, Psicolinguística, Linguística Histórica, Gêneros Textuais, Estudos em Alfabetização e Letramento, Discurso e Argumentação, assim como as demais áreas pertencentes a esse vasto campo de estudo. Desse modo, apresentamos como objetivo principal promover diálogos entre diferentes pesquisadores de instituições brasileiras, com a finalidade de contribuir com a divulgação das pesquisas em distintos campos do conhecimento, desde que estejam dentro da grande área da Linguística. Almejamos, através das discussões realizadas nas sessões orais deste simpósio, propiciar momentos de troca de conhecimentos e estabelecimento de laços acadêmicos, com enfoque no ensino e na pesquisa em diferentes espaços sociais.
Paulo da Silva Lima (UFMA)
Alex de Castro da Costa (UFMA)
RESUMO: Desde a década de 1990, na área dos Estudos da Linguagem, houve no Brasil um crescente interesse por parte de pesquisadores em investigar os gêneros discursivos. Atualmente, há diversas teorias de gêneros, inúmeras apropriações e muitas aplicação dessas teorias por parte de pesquisadores teóricos ou aplicados, de acordo com suas questões e objetivos de pesquisa. A partir dessa realidade, este simpósio tem por objetivo congregar pesquisadores que discutam o modo como põem diferentes teorias em diálogo e a forma como o fazem, em termos de aspectos epistemológicos, metodológicos e teóricos para atender necessidades vivenciadas em contextos de ensino/aprendizagem de ensino fundamental e médio. Busca-se, especificamente, apresentar trabalhos de diferentes vertentes, ou seja, que utilizam bases teóricas de diferentes correntes e autores que estudam a questão do ensino de línguas com base em gêneros (discursivos ou textuais) no que se refere tanto à produção de texto quanto ao ensino de linguagem e de leitura na Educação Básica. A finalidade maior deste simpósio é suscitar reflexões acerca de práticas educacionais no que tange ao uso de gêneros como objetos de ensino em práticas significativas desenvolvidas em sala de aula.
Arielson Tavares (UFPI)
Joelma Pereira Silva (IFMA)
RESUMO: A lingua(gem) é um fenômeno complexo que em sua realização exige bem mais que aprender conceitos, desvendar significados e atribuir sentido. Para Benveniste (1970, p.26), “a linguagem reproduz a realidade. Diante disso, este simpósio objetiva selecionar trabalhos que desenvolvam pesquisas nas áreas da teoria da Linguística da Enunciação, do Funcionalismo e da Pragmática, que contemplem a discussão de seus aspectos teóricos e metodológicos aplicados à descrição e à análise do português. Os estudos da lingua(gem), no âmbito funcionalista, consideram que toda comunicação através de uma língua subjaz um arranjo pragmático. É necessário destacarmos a relevância de Austin (1990, p. 37) para os estudos relacionados à linguagem. Ele apresenta importantes contribuições em relação à visão performativa e pragmática do uso da língua. Essa noção de pragmática diz respeito à organização do discurso e revela que a disposição de um enunciado é motivada parte pelo que o falante quer dizer, parte do que ele entende que o interlocutor precisa entender. Nesse percurso linguístico, podemos caracterizar a enunciação “como este colocar em funcionamento por um ato individual de utilização” (Benveniste, 1989, p. 82). Essas teorias se caracterizam por investigar a língua em uso, buscando compreender como os aspectos cognitivos e comunicativos envolvidos na comunicação humana condicionam a organização e o funcionamento da língua. São bem-vindos textos que empreguem essas abordagens em perspectiva sincrônica e/ou diacrônica.
Maraisa Lopes (UFPI)
Clevisvaldo Pinheiro Lima (UFPI)
RESUMO: Como nos ensina Pêcheux (2019), é impossível analisar um discurso como uma sequência linguística fechada sobre si mesma, uma vez que se faz necessário referi-lo ao conjunto de discursos possíveis a partir de um estado definido das condições de produção. Isso posto, este simpósio tem como propósito reunir trabalhos em torno das questões de língua e literatura na contemporaneidade, os quais sejam norteados perspectiva do dispositivo teórico-metodológico da Análise de Discurso e que, portanto, entendem a língua a partir de uma relação estabelecida com a exterioridade, a ideologia e com o inconsciente.
Márcia de Souza Luz Freitas (UNIFEI)
Pâmela Teixeira Ribeiro (Instituto Federal de Minas Gerais - IFMG)
RESUMO: As tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) têm alcançado grande espaço na sociedade contemporânea e seu uso tem causado transformações na produção linguística, seja pelo acréscimo de neologismos ao léxico já existente, seja pelas novas possibilidades de genericidade textual, seja ainda pelas novas configurações no ensino de línguas. O simpósio visa a criar um espaço de reflexão e partilha sobre os mais recentes estudos das Ciências do Léxico (Lexicologia, Lexicografia, Terminologia, estudos tradutórios, ensino de léxico) em associação ao uso das TDIC. Serão aceitos trabalhos que abordem discussões teóricas e pesquisas empíricas a respeito do uso das TDIC relacionadas a estudos linguísticos em nível lexical. Assim, pretende-se reunir pesquisas que atuem nessa intersecção e que demonstrem como as TDIC podem colaborar com as Ciências do Léxico de modo geral (e vice-versa), ou que desenvolvam alguma reflexão teórica sobre essa relação ou ainda que apresentem exemplos de práticas docentes envolvendo o uso das TDIC para o ensino do léxico. Como exemplos, espera-se receber propostas que tratem da utilização de softwares para semiautomatização do processo de elaboração de glossários e dicionários, pesquisas que tratem do Processamento de Língua/Linguagem Natural (PLN), relatos reflexivos de práticas pedagógicas envolvendo aplicativos, jogos digitais, dicionários on-line para ensino do léxico, reflexões sobre a inteligência artificial e chatbots (ex. ChatGPT) e seus possíveis usos para a pesquisa e para a prática de ensino, entre outras proposições.
Valnecy Oliveira Corrêa-Santos (UFMA)
RESUMO: O Simpósio Leitura e escrita: discursos sobre essas práticas na universidade pública objetiva reunir trabalhos de pesquisa que dialoguem sobre as práticas de leitura e escrita na universidade pública, buscando observar quais discursos mostram-se por meio das práticas. O objetivo é discutir como a leitura e a escrita, enquanto práticas de apropriação e divulgação de conhecimentos, têm se constituído nas práticas acadêmicas de estudantes de graduação e de pós-graduação. As bases teóricas que fundamentam nossas pesquisas advém da Linguística Textual (LT) e da Análise do Discurso (AD), buscamos, com o simpósio, ampliar esse leque de abordagens, abrindo um espaço para que pesquisadores que também dialogam com essa temática socializem como têm pesquisado a leitura e a escrita na universidade pública. O propósito é estabelecer um diálogo sobre o que se tem constituído como práticas e métodos de leitura e de escrita e que discursos sustentam essas práticas. Partimos do pressuposto de que o ato de dizer é atitude de leitura e de que a escrita é escritura, por nela haver indícios de como o sujeito lê; o discurso é base estruturante do dizer; o texto é unidade básica de interação entre sujeitos e objeto de análise. O simpósio está, assim, aberto para compartilhar resultados de trabalhos desenvolvidos, dialogar sobre pesquisas em desenvolvimento e fomentar novas pesquisas e práticas. Nessa perspectiva, temos como interlocutor previsto estudantes de graduação e de pós-graduação em Letras e áreas afins, bem como professores da educação básica e superior.
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho (UFMA)
Liliane Luz Alves (UFPB)
Mônica da Silva Cruz (UFMA)
RESUMO: Os estudos sobre o discurso ganharam força na França por volta dos anos de 1960 e 1970, com esse movimento surgiram grandes nomes da linguística mundial. Antes, o nome de Ferdinand Saussure já circulava no meio acadêmico ligado aos estudos linguísticos. Contudo, a relação que o autor estabelecia ainda era muito ao nível da palavra, foi quando ganhou grande relevância os estudos sobre significante e significado, uma das mais famosas dicotomias de Saussure. Os estudos sobre o texto e, consequentemente, sobre o discurso se intensificaram e nomes como Michel Foucault, Michel Pêcheux, Paul Henry, dentre outros, começaram a se estabelecer como contraponto aos estudos que já estavam em curso na Europa naquela época. Buscando reunir pesquisadores que estejam filiados às vertentes francesas da Análise de discurso, propomos este grupo de trabalho cujo objetivo é discutir os possíveis entrelaçamentos teóricos de Michel Foucault e Michel Pêcheux, analisar as fronteiras que circunscrevem a Análise de Discurso Materialista e os Estudos Discursivos Foucaultianos. Pretende-se ainda debater sobre os nós teóricos que distanciam e aproximam esses estudiosos, bem como a forma como se constituem as noções discursivas para ambos, possíveis convergências em alguns conceitos chave como o de sujeito, formação discursiva etc. Neste grupo de trabalho (GT), busca-se reunir trabalhos que discutam a relação entre os conceitos trabalhados pelos autores, em pesquisas que apresentem um recorte mais teórico ou mais analítico. Espera-se reunir trabalhos que transitem em várias materialidades, quer sejam elas linguísticas, imagéticas e/ou sonoras; aquilo que extrapola as fronteiras das materialidades separadas interessa muito para a discussão, principalmente se pensando no que Lagazzi (2011) chama de Materialidade Significante, enfim, todas as formas em que se observem funcionamentos discursivos, seja na ordem do Saber/Poder, seja na sua relação com a ideologia e o inconsciente. Por fim, esperamos receber estudos que tenham em seu bojo teórico textos chave para as discussões como: Semântica e discurso, Por uma análise automática do discurso, Arqueologia do saber, A História da Sexualidade, Microfísica do Poder, Vigiar e Punir, A Ordem do Discurso, O corpo utópico as Heterotopias, História da Loucura. Espera-se, também, textos de leitores de Pêcheux e Foucault como Orlandi, Courtine, Gregolin, Milanez, dentre outros.
Theciana Silva Silveira (UFMA)
Georgiana Márcia de Oliveira Santos (UFMA)
RESUMO: Concebendo o léxico como um dos níveis linguísticos que reflete mais amplamente as características de uma sociedade nas suas múltiplas e diversas formas de constituição, de organização, de interação, de percepção de si, de ser e estar no mundo, esse simpósio visa reunir propostas de trabalhos que incitem reflexões teóricas e aplicadas a respeito do léxico tanto em contexto de uso geral quanto de uso especializado. Assim, visa congregar pesquisas que versem sobre as Ciências do Léxico, como a Lexicologia, a Lexicografia, a Terminologia, a Terminografia, a Fraseologia, a Onomástica, Toponímia, entre outras, assim como pesquisas sobre as interfaces existentes entre áreas de estudo do léxico e outras áreas de conhecimento, como a Linguística Aplicada, a Lexicografia Pedagógica, por exemplo. Esses trabalhos poderão ser resultantes de pesquisas realizadas no âmbito da iniciação científica, graduação, mestrado e (pós)doutorado de pesquisadores das diferentes instituições de ensino do Brasil e fora dele que tenham como objeto de estudos teóricos e aplicados sobre o léxico de uso geral ou especializado do português brasileiro ou outras línguas naturais.
ÁREA DE LITERATURA
Naiara Sales Araújo (UFMA)
Fernanda Alencar Pereira (UnB)
RESUMO: Segundo Donna Haraway (2000), escritores são como ciborgues, que problematizam o corpo, a existência, a língua/linguagem, a comunicação, a história. Ao suspenderem, ou questionarem, a fixidez dos elementos que constituem nossa realidade sensorial histórica imediata, suas narrativas, tornam-se fontes de eleboração e de pesquisa para a compreensão dos mecanismos sociais de opressão e das possíveis formas de resistência ao sistemas opressores. Frederic Jamesonn(2007), admitindo que a língua se tornou uma questão em si e refletindo sobre conceitos de Derrida, chama a atenção para a relação de cumplicidade entre os conceitos de tempo e escrita: “whether the very idea of language is the result of an incapacity to think time coherently or the other way round, we do not have to decide” (Jameson, 2005, p. 99). A compreensão do tempo é uma barreira para o uso da linguagem de outras formas ou a linguagem é uma barreira para a compreensão do real funcionamento do tempo? Compreende-se, então, que a escrita é reveladora de nossa relação turbulenta com o tempo e sua organização, por conseguinte, posto que o tempo é a medida da realidade, com a memória e com a projeção do futuro. Escritores ciborgues buscam as mais diversas maneiras de expressar essa turbulência. Nesse contexto, perguntamos: Existem narrativas escritas por brasileiros que desenham realidades possíveis diferenciadas a partir de um uso transgressor da língua portuguesa, ou ainda, de outras línguas brasileiras? Onde elas estão? Quem as escreve? Que rupturas essas propostas linguísticas propõem na tessitura da realidade? Haveria uma linguagem revolucionária da coletividade para narrar especulativamente mudanças no ordenamento social brasileiro? O interesse é a manipulação das línguas e das linguagens, dentro da escrita como as conhecemos, para propor questionamentos e rupturas dos sistemas de dominação patriarcal e racista, ou a possibilidade de futuros remodelados para resistirmos às ameaças à existência human que o progresso capitalista impôs. Assim, este simpósio aceita comunicações que tratem de obras brasileiras de qualquer tempo, que tragam cenários especulativos de gêneros diversos: ficçao científica, fantasia, fantástico, realismo mágico, horror, contos de fada ou outros que exploram mundos imaginários e/ou fictícios.
Lanna Caroline Silva de Almeida (UFMA)
Lueldo Teixeira (UNINASSAU)
RESUMO: A interseção entre estudos literários e história oferece perspectivas para compreenderem não apenas as obras literárias em si, mas também o contexto social, político e cultural em que foram produzidas. Assim, nesse diálogo, surge as fontes primárias assumindo o lugar de objeto de estudo junto à obra literária. As fontes primárias são documentos ou materiais que datam do período em que os eventos ocorreram, oferecendo uma visão direta e autêntica do passado. No contexto dos estudos literários, as fontes primárias podem incluir manuscritos originais, cartas de autores, diários pessoais, críticas contemporâneas, registros editoriais e até mesmo testemunhos de contemporâneos sobre a recepção de uma obra específica. Segundo Moreira (2004, p. 4), “nesses conjuntos em que se articulam o dado e o criado, ou seja, a natureza e a cultura, desenvolve-se a tarefa do historiador”. Concebe-se então um campo interdisciplinar que integra a literatura e a história. Nos estudos que mesclam literatura e história, “toda fonte adquire sua condição por meio de um ato significativo, o de quem a preserva para o futuro, tanto quanto o de quem a recupera para o presente” (BORDINI, 2004, p.258). Os estudos que se debruçam sobre as genealogias implicam “um processo descontínuo, segundo o qual não se formulam começos ou finais absolutos, nem situações auto-suficientes, como se bastassem a si mesmas” (ZILBERMAN, 2004, p.21). Assim, a história da literatura passa a ser considerada uma narrativa que está sempre em processo de construção. É sob esse prisma que este simpósio busca explorar a importância das fontes primárias na análise literária, destacando como esses materiais fornecem insights para a compreensão e interpretação de obras literárias ao longo do tempo. Serão acolhidas também propostas que visam abordar o viés histórico dentro do texto literário.
Poliana dos Santos (UFMA)
Wheriston Silva Neris (UFMA)
RESUMO: Este simpósio temático propõe discutir como formas cruzadas de opressão são metaforizadas e simbolizadas em múltiplas abordagens narrativas: contos, romances, relatos de viagem, crônicas e escritas de si. Para tanto, essa proposta de comunicação pretende reunir pesquisadores que debatam a relação entre história e literatura por meio de um diálogo interseccional e fronteiriço, que abriga experiências mestiças, paisagens físicas e culturais, bem como imaginários e ficções em tensão. Nessa perspectiva, a interseccionalidade é utilizada como investigação crítica e ferramenta analítica para examinar as relações de força e as particularidades históricas nos textos literários e nos seus autores, dentro de diferentes contextos, tempos e espaços. Parte-se da premissa de que raça, gênero, classe, sexualidade, nação, imigração e outras categorias de poder são interdependentes e se constroem mutualmente, e tais intersecções são decisivas na elaboração de diferentes tipos de desigualdades sociais, determinando a posição social dos sujeitos no trabalho, na vida privada e coletiva, no acesso à saúde e à educação. Valer-se da interseccionalidade sob o olhar do simbólico, por exemplo, pode ajudar a compreender como as conexões entre gênero, raça e identidade nacional estão mimetizados numa obra de ficção, esquematizando os personagens e suas relações na estrutura do enredo. Utilizar a ferramenta interseccional no estudo de narrativas e em interlocução com a história possibilita que o pesquisador das ciências humanas tenha uma compreensão interdisciplinar e mais complexa das disparidades que se instalam uma sociedade, em especial, quando esta é marcada por uma história de colonialismo, escravismo e patriarcalismo, como no caso brasileiro.
Antonio Aílton Santos Silva (UEMA)
Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (UFMA)
Alexander Ortega Marin (UFMA)
Thais Rabelo de Souza (UFPE)
RESUMO: Diante da percepção da crítica como intrínseca ao campo literário, são ensejados novos impulsos, perspectivas e interrogações sobre seu lugar no momento contemporâneo e suas múltiplas intersecções entre literaturas. Ela se torna possível como pensamento e reflexão sobre o campo da literatura diante de novas formas, demandas e processos em todos os campos da cultura e da sociedade, com total participação na discussão de tais processos, bem como na diluição das mais diversas fronteiras. Tais instâncias envolvem questões como as de gênero, étnicas e éticas, os mais recentes quadros de violência, as transformações do planeta e alterações da experiência humana, o pós-humanismo, entre outras tantas mudanças vivenciadas pelo contemporâneo, além daquelas que dizem respeito também às próprias formas da literatura, seus suportes, modos de criação, produção e recepção, relações com o universo tecnológico, e reconfigurações do ser literário. Quais serão as novas demandas e perspectivas de uma crítica posta em dúvida, quem são os novos críticos e como são estabelecidas suas relações com os escritores, a cultura emergente da oralidade, o papel dos “booktubers”? Quais os caminhos possíveis de uma crítica que se ressignifique ante as novas manifestações da prosa, da poesia e proesia? A proposta deste grupo é empreender as discussões sobre estas e outras questões que nos levem a enriquecer o debate e os processos em torno das perspectivas para os novos caminhos da crítica literária, do comparativismo e da expansão do campo literário.
Heloísa Reis Curvelo (UFMA)
Edimilson Rodrigues (UFMA)
Tiago de Oliveira Ferreira (UEMASUL)
Dilce Pio Nascimento (UEA)
RESUMO: As literaturas do Mundo Ibérico, constituem um panorama amplo de saberes edificados nos textos, nos testemunhos como espaço de diálogo e construção de redes de investigações nacionais, internacionais, de temáticas contemporâneas transversais a várias áreas do conhecimento: Artes, performance, cinema, teatro, memórias, testemunhos, triangulações entre teoria e crítica literária, educação, ensino, aprendizagem, pesquisas, estudos da modernidade cultural, diáspora, literatura e representações, cidades/espaços físicos e imáginários/fictícios, políticas linguísticas, políticas jurídicas, económicas e socioculturais, nos espaços caribenhos, ibero-americanos e africanos de expressão oficial portuguesa/lusófona e hispanófonas, nos espaços urbanos ou não, no regional, no local, no estadual, no municipal, a palavra em suas multefaces, tridimencional posta, pensada, articulada. Diante do que já afirmamos, no Simpósio temático LITERATURAS, LÍNGUAS E ENSINOS DO MUNDO IBÉRICO serão aceitos estudos/pesquisas que atendam a essas temáticas postas, dessa dorma, possibilitaremos diálogos sobre essas questões no sentido de proposição reflexiva que contribua com a temática, compondo artes da representação e da identidade cultural dos países de Língua Portuguesa e da América Espanhola como testemunhos que confirmam: “Aquilo de que finalmente me aproprio é uma imposição do mundo. Esta proposição não se encontra atrás do texto, como uma espécie de intenção oculta, mas diante dele, como aquilo que a obra desvenda, descobre, revela. Por conseguinte, compreender é compreender-se diante do texto (...) Só me encontro como leitor, perdendo-me” (Ricouer, 1990, p. 58-59), nessa “colonialidade de poder, saber e ser” (Quijano, 2000): o texto literário.
Maria Evelta Santos de Oliveira (UFMA)
Regilane Barbosa Maceno (UEMA)
Luís Francisco Fianco Dias (UPF)
RESUMO: A partir do segundo quartel do século XX e até os dias atuais, a literatura tem sido palco para o surgimento de uma série de textos que buscam compor representações diversificadas, subvertendo e desmontando discursos históricos que enclausuram, estratificam e silenciam indivíduos, guardadas sob o jogo substantivo das “minorias sociais”. Em tempo, portanto, a literatura passa, mais do que nunca, a ser um “território contestado”, nos termos do que entende a teórica brasileira Regina Dalcastagnè (2012). Nesse sentido, propomos um espaço para diálogos sobre as situações vivenciadas por mulheres, submetidas à exploração e ao silenciamento e o modo como essas vivências são representadas na literatura contemporânea, assim como a questão da autoria feminina. Sem pretensões exaustivas e/ou limitadoras, para uma maior compreensão desse universo múltiplo de ecos subversivos e suas representações, recomenda-se as leituras Lúcia Zolin, Simone Beauvoir, Franz Fanon, Bell Hooks, Grada Kilomba, Kabengele Munanga, Conceição Evaristo entre outros.
Auricélio Soares Fernandes (UEPB)
Dilson César Devides (UFMT)
RESUMO: A amplitude de possibilidades que concernem os Estudos Culturais e sua relação com processos interartes e intermídias é um debate contemporâneo em intenso desenvolvimento. Seja através dos processos de intersemiose, intermidialidade e/ou adaptação, os estudos comparados ganham outras óticas além da intertextualidade. E nessa seara a literatura continuar a desempenhar um papel importante, passando a ser (re)lida e recebida além das páginas do livro tradicional. Nesses moldes, o objetivo principal desse simpósio é abarcar pesquisas que dissertem sobre o caráter de aproximação da literatura com outras mídias/textos verbais e audiovisuais, bem como a relação de mídias contemporâneas na produção do texto literário. Interessam-nos pesquisas que analisem relações de diálogo entre o texto literário e outras expressões artísticas e outros suportes midiáticos como cinema, seriados televisivos e/ou em streaming, videogames, animes, clipes musicais, podcasts, entre outros.
Rubenil da Silva Oliveira (UFMA)
Érica Fernandes Alves (UEM)
Renata Cristina da Cunha (UESPI)
Ruan Nunes Silva (UESPI)
RESUMO: Para Agambem (2009, p. 64) o contemporâneo é “aquele que percebe o escuro do seu tempo como algo que lhe concerne e não cessa de interpelá-lo, algo que, mais do que toda luz, dirige-se direta e singularmente a ele” e ainda “aquele que recebe em pleno rosto o facho de trevas que provém do seu tempo”. Neste sentido, as definições do filósofo se aplicadas às literaturas de resistência, notar-se-á que elas trazem esse facho de luz que se opõe às trevas da obscuridade em que permaneceram por séculos, desde a Antiguidade clássica, em que Antígona não podia reivindicar o direito natural de enterrar o irmão, Polinices, unicamente, por ser mulher. Mais tarde quando outros grupos tiveram suas vozes silenciadas, porque não pertenciam às elites ou destoavam dos padrões hegemônicos de masculinidade e/ou raça. Desse modo, a indagação do filósofo italiano fratura as vértebras do cânone e assume o compromisso social de reagir, resistir a um universo de opressões e resgatar a voz dos sujeitos silenciados e subalternizados na história cultural. Por isso, esse Simpósio, percebe a obscuridade do presente e lança luzes com a reunião de todas as vozes de sujeitos queers, negros e negras, prostitutas, velhos/idosos, dos povos originários, latino-americanos e outras minorias não representadas adequadamente pela literatura canônica.
Franco Baptista Sandanello (AFA)
Fábio José Santos de Oliveira (UFS)
RESUMO: Os estudos tradicionais sobre a relação entre a Literatura e as artes da visualidade geralmente põem em movimento um campo terminológico movido pelo ut pictura poesis (“a poesia é como uma pintura”) divulgado pelo Renascimento a partir de Horácio (65 a.C-8 a.C.), pela ekphrasis retórica ou pelo pictorialismo imagético. Praticamente todos esses estudos têm como foco de pesquisa a relação entre o texto literário e as artes plásticas. Ocorre que, atualmente, o pesquisador que lida sobre o domínio interartes no campo da visualidade tem diante de si um amplo espectro de possibilidades epistemológicas e hermenêuticas, mesmo em se tratando de objetos que alguns considerariam tradicionais e ultrapassados. Levando em conta essa importância que os estudos interartes têm apresentado ao longo da história e ainda apresentam na contemporaneidade, o simpósio de “Literatura e Visualidade” pretende acolher estudos teóricos e/ou crítico-analíticos sobre a relação entre Literatura e alguns meios plástico-visuais (pintura, gravura, xilogravura, desenho, fotografia, gravura e arquitetura), quer seja através das tradicionais discussões estético-semióticas, quer seja através de discussões das obras como produtos culturais. Ressalta-se que o Simpósio avaliará apenas as propostas em que conste, no mínimo e efetivamente, uma obra literária, consagrada ou não pela crítica.
Samara Liz Silva Machado (UEMA)
Cecília Guedes Borges de Araujo (UFMS/IPV)
RESUMO: Este simpósio propõe o estudo comparativo entre artes, com a finalidade de analisar os elementos presentes nas narrativas, bem como a sua relação com questões existenciais levantadas pelas obras em análise. A exemplo disso, esta proposta surgiu de um ponto de discussão entre o filme As Horas (2002), de Stephen Daldry, e a produção literária Mrs. Dalloway (2003), de Virginia Wolf (falar do elemento tempo nas 2 obras). Para isso, realizamos um levantamento teórico que possibilitou a realização dessa análise em estudiosos como Ricouer (2008), Martin (2012), Aumont (2012) e outros, a fim de fundamentar cada narrativa em suas teorias específicas, seja filme, literatura, pintura, música ou teatro. Tal simpósio tem interesse em receber comunicações que tenham como centralidade a literatura comparada, assim como o estudo analítico dos elementos presentes nas artes, associados às questões existenciais das personagens em estudo. Busca-se o debate entre teoria e análise de obras artísticas que tenham como temática central a discussão crítica das personagens a partir da dinâmica representada nas narrativas.
Elijames Moraes (UEMA)
Lucélia Almeida (UFMA)
Gil Derlan Almeida (UFPI/IFMA/NYU)
RESUMO: Uma vez tomado fora da noção rija e estanque, que o vê como mero elemento geográfico, podemos perceber como a comunicação entre espaço e obra literária constitui-se em um viés de análise que enxerga um universo de possibilidades nessa associação. Quer seja pelas vivências dos personagens nos espaços, ou na carga sentimental que o próprio denota, é impossível não remetermos a algum espaço ao rememorarmos uma narrativa. Desta maneira, este simpósio recebe e agrega trabalhos que busquem a análise da representação do espaço em obras literárias diversas. Ao concordamos com Brandão (2013), entendemos que o elemento espacial abarca uma infinidade de possibilidades, estas condicionadas por aspectos econômicos, sociais e políticos. Assim, convidamos pesquisadores e pesquisadoras nacionais e estrangeiros a submeterem suas pesquisas, calcadas no enfoque espaço-literatura, e seus desdobramentos. Como pressupostos teóricos, sugerem-se nomes como Bachelard (1989), Brandão (2013; 2015), Borges Filho (2007); Tuan (2017), bem como outros que dialoguem sobre estas discussões. Os trabalhos podem versar sobre análises de obras literárias em língua portuguesa ou inglesa, bem como produções clássicas ou contemporâneas, mas que discutam, sobretudo, a importância do espaço como elemento que influencia na narrativa.
Larissa Emanuele da Silva Rodrigues de Oliveira (UEMA)
Alexandra Araujo Monteiro (UEMA)
Andreza Luana da Silva Barros (UFPI/UEMA)
RESUMO: O presente simpósio objetiva discutir a poética de nossa afro-brasilidade na perspectiva do tempo e da memória como elementos que formam uma outra espacialidade. A Literatura Afro-Brasileira ultrapassa totalizações sem com estas deixar de dialogar. Não à toa sua linguagem metafórica-empírica-mítica se insinua na linguagem do mundo, impondo-se como um ato político, subjetivo e criativo. Que irmana a população negra, a exemplo do que afirma Beatriz Nascimento (2022): “O rosto de um é o reflexo do outro”. Nesse sentido, esse simpósio recebe trabalhos que pensem o fazer literário dos escritores afro-brasileiros considerando não somente o sujeito enunciador como também a relação entre escritura e experiência.
Herodoto Ezequiel Fonseca da Silva (IFPA/PPGLB-UFMA/CAPES)
José Antônio Vieira (UEMA//PPGLB-UFMA)
RESUMO: Este simpósio tem como objetivo congregar trabalhos que tematizam a constituição do texto escrito acadêmico a partir das conjunturas histórica e cultural atuais. Esse simpósio se justifica pela intensa produção de textos no ambiente de instituições de ensino superior, com vistas ao avanço da produção do conhecimento científico. Em se tratando da área de Letras, a análise de textos acadêmicos possibilita compreender como se apresenta essas produções em sua superfície textual e o que se pode dizer sobre a formação do professor de Língua Portuguesa a partir dos temas, objetos e construtos teóricos das pesquisas. Assim sendo, interessa-nos investigações desenvolvidas a partir da análise de gêneros discursivos, como ensaios, artigos científicos, provas escritas, diários de campo e relatórios de estágio, monografias de final de curso (TCCs, dissertações, teses). Quanto ao aspecto teórico, serão bem-vindos trabalhos que mobilizem categorias do campo da enunciação, do texto e do discurso. Perguntas como as seguintes podem contribuir com as discussões no simpósio: Quais processos textuais e discursivos constituem textos acadêmicos da área de Letras? Como acontece o gerenciamento dos discursos de outrem nesses textos? O que é possível afirmar sobre a formação de professores de Língua Portuguesa a partir dos textos produzidos na academia?
Monica Fontenelle Carneiro (UFMA)
Maíra Avelar Miranda
Cassius Guimarães Chai (UFMA)
RESUMO: O Simpósio Temático Línguística Cognitiva (LC) – da origem à contemporaneidade busca reunir trabalhos que propiciem a apresentação de questões relevantes de suas diferentes vertentes, fomentando não só discussões e reflexões que envolvam a linguagem verbal (escrita e/ou oral) – mas também enfocando a multimodalidade – imagens/textos e fala/gestos. Por essa razão, seus eixos teóricos abarcam desdobramentos contemporâneos e interfaces multidisciplinares que se fundam em teorias e conceitos que remontam às décadas de 70 e 80 do último século, tais como: categorização radial (ROSCH, 1973, 1975), frames e/ou MCIs (FILLMORE, 1982,1985; LAKOFF, 1987), esquemas Imagéticos (JOHNSON, 1987), a TMC (LAKOFF & JOHNSON, 1980), além de estudos sobre metáfora e gestos, multimodalidade (CIENKI & MULLER, 2008), sobre os Espaços Mentais e/ou Integração Conceptual (FAUCONNIER, 1994, 1997; FAUCONNIER; TURNER, 2002), sobre a Gramática Cognitiva (LANGACKER, 1987,1991) e/ou os modelos de Gramática de Construções ligados à Linguística Cognitiva (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2001), assim como estudos também relevantes como os de Kövecses (2000, 2006, 2010, 2012, 2014, 2020 e outros) e Grady (1997). Em termos metodológicos, os eixos que orientam este simpósio são aqueles decorrentes da virada paradigmática, de base empírica, no âmbito da LC, contemplando questões metodológicas vinculadas a abordagens que privilegiem dados resultantes de contextos reais de uso. Também trabalhos que fomentem discussões, aprimorem e aprofundem as propostas existentes tendem a ser bem acolhidos, assim como aqueles que dialoguem com a LC, ampliando suas interfaces com as demais áreas do conhecimento humano tais como o Direito e a Saúde. Este simpósio abarca, portanto, discussões atuais e contribuições para o estado da arte no campo de estudos da Linguística Cognitiva.
Júlio Araújo (UFC)
João da Silva Araújo Júnior (UFMA)
RESUMO: O crescente desenvolvimento e acesso generalizado às tecnologias digitais têm impactado significativamente nossas interações sociais, alterando fundamentalmente a forma como nos comunicamos, aprendemos e ensinamos. A incorporação dessas tecnologias e, mais recentemente, a integração das inteligências artificiais têm apresentado desafios substantivos no que diz respeito à compreensão dos processos de atribuição de significado, à disseminação e ao consumo de informações no ambiente digital. Destacam-se questões prementes como a disseminação de notícias falsas, a formação de bolhas informativas, discursos de ódio, táticas de desinformação, narrativas conspiratórias, a desordem informacional, o racismo algorítmico e abordagens pedagógicas para lidar com a desinformação. Neste contexto, convidamos a comunidade acadêmica a participar do nosso simpósio que terá como foco central a interface entre LINGUAGEM, TECNOLOGIA E DESINFORMAÇÃO. Serão bem-vindos trabalhos que explorem os impactos dessas interações complexas e atuais, discutindo formas de compreender, lidar e responder aos desafios emergentes na era digital.
Érica Fernandes Alves (UEM)
Renata Cristina da Cunha (UESPI)
Ruan Nunes Silva (UESPI)
Rubenil da Silva Oliveira (UFMA)
RESUMO: Este Simpósio pretende reunir os estudos os quais compreendem as propostas de letramento da diversidade étnicorracial, de gênero e sexualidades, visto representar a expressão dos sujeitos subalternizados pelos processos culturais eurocentrados. Neste sentido, orienta-se para a ideia de combate à crítica canônica que pressupunha que os textos literários e/ou de outras formas artísticas que abordavam a vivência de sujeitos queers, gays, prostitutas, negros, indígenas, diasporizados, imigrantes, ciganos e outros eram menores, um desserviço à arte. Entretanto, a partir da abordagem dos estudos culturais, estudos pós-coloniais e da decolonialidade e, mais ainda da publicação de Kafka: por uma literatura menor (2014), de Gilles Deleuze e Félix Guattarri, entende-se que estas manifestações literárias e artísticas são menores porque estão escritas e inscritas num código político de contestação, uma voz da contracultura. Além disso, destacamos os estudos de Bosi (2002) e Dalcastagnè (2012) acerca da literatura e resistência, também estudos sobre a negritude, a cultura dos povos originários e outros textos. Por essa razão, esse Simpósio tem a pretensão de fazer ecoar esse conjunto de vozes antes silenciado nos processos de colonização.